Agora Natal

O BLOG MOSTRA A ARTE DE CRIADORES DO RIO GRANDE DO NORTE E DE PROVÍNCIAS DO BRASIL E DO MUNDO. EM ESPECIAL ARTISTAS SEM MÍDIA FÁCIL OU QUE SOFREM BOICOTE.

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Local: Natal, RN, Brazil

Jornalista, produtor cultural.

domingo, agosto 05, 2007

Assis Marinho: SOS de um artista

Paulo - O que era aquilo naquela noite lá? Se eu estivesse lá.
Marinho - Você não sabe a sorte que ele (Antonius Manso) teve naquele dia. Mas, quem tem a sorte e a satisfação de estar perto de vocês. E, em harmonia, nos congratularmos por uma realidade em que o país vem sendo vivenciado (seviciado) ao longo desses anos. (Continua na pág. 04)
Paulo - Você é ligado a alguma empresa privada? Da parte da iniciativa privada, tem algum apoio?
Marinho - Eu sou ligado a uma empresa. A uma empresa que é sua, que é dele e nossa: a empresa do amor e do carinho e da realidade dos fatos. E a arte que eu posso pegar um papel em branco e colocá-lo vivo no anonimato. Então, eu sou assim.
Paulo - Como é que você chama essa técnica gora que está usando? É crayon?
Marinho - É giz de cera, com pastel, querosene. E ainda outras coisas que eu busquei ao longo da vida.
Paulo - Esses quadros estão vendendo bem?
Marinho - Não. Graças a Deus eu vendo tudo que eu faço.
Paulo - Você já tem quadros guardados para juntar e fazer uma exposição individual? E marcar, seja com a Capitania, seja com outra instituição.
Marinho - Não. Eu peço à governadora. que me ajude para me aposentar. Pois eu estou ficando velho de tanto pintar.
Paulo - Você não vê futuro, não, né? Aqui em Natal?
Marinho - O meu futuro, par ao Rio Grande do Norte, é o futuro que eu venho tendo, pela fortalecência das condições que são desenvolvidas. Que antes, quando eu cheguei aqui, era algo embrionário. E hoje, a estrutura é tão forte e tão decente que a dona Wilma está cuidando com respeito e com carinho. Só quero que ela ajude mais os artistas. E peço a Dácio Galvão que me convide para fazer parte. E a Crispiniano Neto - coitado - que pelo menos fique perto da gente. Porque só coloca inotórios na frente. E crucificaram François Silvestre - tá entendendo? - que não tinha nada a ver.
Agora, sim. Você, como uma pessoa digna, Antônius, mediante a frente de uma postura, é igual àquela galinha que vai pôr ovos direto (risos). Então, é isso. E outra coisa. Saliento João Gualberto, fui amigo de Luís Carlos Guimarães, Myriam Coeli, a nossa amiga que pulou no mar, Zila Mamede, Celso da Silveira, Câmara Cascudo, e tive a satisfação de conviver ao longo desses anos...
Paulo - Que idade você tem: Que sua idade?
Marinho - Estou completando 50 anos.
Joane (esposa de Marinho) - 47, Assis.
Marinho - E agora vai para 48. Porque ela quer que eu morra com dois anos? Não. Eu vou fazer 48. Ei (dirige-se à esposa), a entrevista é comigo, não é com você, não.
Paulo - Qual o dia?
Joane - 4 de fevereiro de 1960.
Marinho - Pronto. É porque eu já quero adiantar o negócio. Para não morrer antes. Porque já morreram dois amigos. Morreu Jaime Lúcio Figueiredo, antes de ontem. Já morreu outro. Eu quero viver um pouquinho mais... Não é, hein Antonius?
Paulo - A política federal, o que você diz? Você não ajudou a Lula?
Marinho - Olhe, o resultado está dentro da concepção de cada personagem. De cada pessoa que se tornar eleitor de cada um. Defendi sempre a estrutura de Lula. E nunca defendi a história de George Bush (presidente dos Estados Unidos), em matar no Iraque as criancinhas. Pois na primeira guerra, o pai dele matou mais de um milhão de crianças. Na segunda guerra, mais de um milhão de crianças. E Lula, eu gosto muito e tenho simpatia. Agora, eu acho ele vendido, mediante as circunstâncias mundiais. Ele deixou de ser o verdadeiro Lula, que nós acreditávamos. Ele agora para mim, não vale porra nenhuma... (Entrevista publicada no Encartes, do Jornal de Natal de 30.07.07. Fotos Antonius Manso.)

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