Escritores em botão...
Lê o meu que
eu leio o teu...
Sendo, na realidade, um escritor malogrado, se não um intelectual maninho, Sezefredo das Neves foi, sem querer e sem saber, e sem que o soubesse ou quisessem os seus amigos, o centro catalítico de todos eles: "Toda uma geração, a minha, que gravitou na Florianópolis das décadas de 1940-50, deve-não-deve devendo àquele Sezefredo das Neves, poeta, que um dia tachamos de ridículo sem nos apercebermos de que o ridículo é (como o sublime) um componente do ser humano e se encontra presente em todos nós". Em certo sentido (em largo sentido...) o trágico sublime estava em Sezedredo das Neves, enquanto o inevitável ridículo que o acompanha cabia à adolescência literária: "Todos ensaiam os primeiros escritos, têm sempre à mão o último texto manuscrito, rabiscado, ilegível às vezes, mostram-no, inseguros ou confiantes, num eterno trocar de experiências repetem e repetem e repetem o insubstituível ‘lê o meu que eu leio o teu’, trocam elogios insinceros, raros reparos que não se aceitam, pensa-se é despeito daquele sacana o meu é muito melhor, ficam a se medir, da próxima vez ele tem que falar primeiro se me elogiar eu também elogio se não vai ver só. Logo a simples troca de leituras não basta, querem mostrar o que produzem para além da turminha, será que não conseguimos furar o esquema dos jornais, melhor do que aquelas cavalgaduras que ocupam as páginas nós fazemos". Foto.
eu leio o teu...
Sendo, na realidade, um escritor malogrado, se não um intelectual maninho, Sezefredo das Neves foi, sem querer e sem saber, e sem que o soubesse ou quisessem os seus amigos, o centro catalítico de todos eles: "Toda uma geração, a minha, que gravitou na Florianópolis das décadas de 1940-50, deve-não-deve devendo àquele Sezefredo das Neves, poeta, que um dia tachamos de ridículo sem nos apercebermos de que o ridículo é (como o sublime) um componente do ser humano e se encontra presente em todos nós". Em certo sentido (em largo sentido...) o trágico sublime estava em Sezedredo das Neves, enquanto o inevitável ridículo que o acompanha cabia à adolescência literária: "Todos ensaiam os primeiros escritos, têm sempre à mão o último texto manuscrito, rabiscado, ilegível às vezes, mostram-no, inseguros ou confiantes, num eterno trocar de experiências repetem e repetem e repetem o insubstituível ‘lê o meu que eu leio o teu’, trocam elogios insinceros, raros reparos que não se aceitam, pensa-se é despeito daquele sacana o meu é muito melhor, ficam a se medir, da próxima vez ele tem que falar primeiro se me elogiar eu também elogio se não vai ver só. Logo a simples troca de leituras não basta, querem mostrar o que produzem para além da turminha, será que não conseguimos furar o esquema dos jornais, melhor do que aquelas cavalgaduras que ocupam as páginas nós fazemos". Foto.
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